sábado, 27 de fevereiro de 2010
CLAUCOMA
GPS-ÁUDIO VAI AJUDAR CEGOS A GUIAREM-SE NAS RUAS
Equipe de investigadores juntou várias tecnologias num único projeto e quer criar guia computorizado a baixo preço
Pequenos avisos sonoros ou curtas mensagens vocais que avisam da presença de uma passadeira, de um buraco no passeio ou da aproximação a um edifício público. Estas são algumas utilizações do Blavigator, um sistema portátil de auxílio à deslocação na rua de cegos que está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD), do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), provenientes de várias outras unidades de investigação (ver texto secundário).
O sistema funciona como um misto de GPS e avisos sonoros de aproximação a obstáculos - semelhantes aos que existem em alguns veículos. Orçado em 80 mil euros, financiados pela Fundação Ciência e Tecnologia, "o Blavigator será um dispositivo de pequena dimensão, uma espécie de PDA, que permitirá dar informação aos cegos, em áudio se a pessoa assim o pedir". Segundo João Barroso, um dos elementos da equipa, "o sistema pode também emitir vibrações que darão indicação ao utilizador sobre para onde deve virar ou se está a sair do percurso estabelecido".
O desenvolvimento e construção do interface arranca em Janeiro de 2011 e a equipa conta "ter um primeiro protótipo um ano depois, no início de 2012". "É um auxílio barato e viável para a navegação dos cegos" e que "poderá ser facilmente montado por um técnico". "O sistema será muito leve, robusto, fácil de colocar e transportar e nunca se tornará um obstáculo na locomoção", assegura.
O Blavigator é o resultado de vários módulos desenvolvidos no âmbito do GECAD. Segundo João Barroso, "o que está a ser feito agora é a integração num único protótipo". O projecto terá várias tecnologias, como o sistema de informação geográfica, GPS, identificação por rádio frequência (RFID) e a visão por computador, com o intuito de detectar obstáculos e transmitir essa informação ao utilizador.
As informações são provenientes de autarquias, entidades públicas e privadas, e serão carregadas para um sistema gerido centralmente. O utilizador apenas terá de as descarregar para o seu interface. Entre as informações encontram-se as localizações de passadeiras, edifícios e respectivos serviços, ajudando à detecção de obstáculos a uma distância de dois ou três metros. "Ao chegar junto à entrada de um edifício, por exemplo, o cego pode solicitar a listagem dos serviços ali instalados".
Embora não seja um projecto inédito, a equipa ressalva que o equipamento terá uma grande vantagem: o preço. "Um dos objectivos é que chegue ao mercado com um custo inferior a 400 euros", diz o também docente na Universidade de Trás- -os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Embora o objectivo seja construir um aparelho que guie os cegos nas suas deslocações diárias, João Barroso frisa que o sistema não se pode tornar ele próprio um obstáculo. Assim, a interacção com o utilizador será baseada num mínimo de perguntas e instruções simples de forma a não perturbar a navegação com a bengala, nem distrair a atenção do som ambiente. "É preciso não esquecer que os cegos têm os outros sentidos mais desenvolvidos e, por isso, o Blavigator não o pode distrair do que o rodeia", conclui João Barroso. Fonte D N Ciências.
COMO O CEGO VÊ
Os olhos de um cego são os ouvidos;
O olho de um cego é a bengala;
Os olhos de um cego são os olhos de um ser humano ou de um cão guia;
Quando perdemos um sentido, passamos a usar mais os outros e por ser necessário, aguçamos os que nos restaram.
O tato é desenvolvido e um cego reconhece formatos, objeto e tudo mais que possa ser tateado. Através do Braille (sistema de leitura e escrita para deficientes visuais), o cego pode ler qualquer informação ou conteúdo.
Livros, revistas, e outros materiais publicados em Braille ou gravados em fitas cassete ou cd, possibilitam a inclusão dos cegos no mundo da cultura.
Os softwares de vozes, os quais podem serem instalados em qualquer computador equipado com multimídia, propicia aos cegos o acesso ao mundo da informatica. Os softwares lê com uma voz audível tudo que vai aparecendo na tela, menos as imagens sem descrição e alguns tipos de tabelas, mas se o site obedecer as normas de acessibilidade na WEB, não só os deficientes visuais como todos os outros deficientes terão total autonomia para navegarem.
Através da audição um cego atravessa uma rua, reconhece as pessoas, trabalha com sons e etc.
A bengala possibilita um cego ser independente, é através dela que o cego vai se locomover para a escola, para o serviço, para a casa do amigo (a) e etc.
Quando a cidade tem acessibilidade urbanística e o povo tem consciência , ou seja, não tenha buracos, bicicleta,
carro, placas publicitárias, orelhões sem alinhamento adequado e outros nas calçadas, os cegos e os demais cidadãos se locomovem independentemente.
O guia humano é útil em certas ocasiões, como por exemplo em uma corrida, num lugar que não tenha nenhum tipo de acessibilidade, dentro de ambientes desconhecidos e outros. Já o cão guia, assim como a bengala facilita a independência de um deficiente visual, mas no Brasil ainda a poucos devido seu preço e a falta de informação. Em outros países mais desenvolvidos o cão guia faz parte da vida de muitos deficientes visuais.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
LUZ E TREVAS
Livro do Gênesis, Capítulo I
Não raramente, utilizamos a expressão "fechar os olhos" com a acepção de "ignorar" ou "não considerar".
Independente do significado empregado, o "fechar os olhos" carrega em si a idéia de que a LUZ precede a Criação e, por que não dizer, nossa percepção do mundo e da própria realidade. A ausência de luz, comumente denominada "TREVAS", seria, por outro lado, associada a coisas como "ignorância", "desordem", "não existência".
Esses conceitos encontram-se presentes em nossos arquétipos mais significativos e deles fazemos uso, mesmo sem nos dar conta. Contudo, uma abordagem mais crítica e objetiva acerca das coisas que dizemos e fazemos em nosso dia-a-dia, em nome dessas "idéias pré-concebidas", nos levaria à conclusão de que as mesmas abrigam preconceitos, erros de avaliação. Buscamos a luz e, ao mesmo tempo, nos afastamos dela!
Muitos rejeitam o indivíduo de cor "negra" e, ao fazerem isto, estão, inconscientemente, admitindo a si mesmos que a cor da pele é condição necessária e suficiente para classificar alguém como "incapaz", "ignorante", "incompetente". Usam a luz para ocultar as trevas, que aqui se manifestam através da descriminação, da indiferença, da marginalização. Torna-se mais fácil, simplesmente, "fechar os olhos"
Da mesma forma, não são poucos aqueles que encaram a cegueira como sendo uma condição limitadora, ou mesmo incapacitadora. A cegueira é vista sob a ótica do medo. Mantendo-se distante o indivíduo cego, procura-se afastar o receio inconsciente da "privação da luz". O conhecimento puro e objetivo que poderia advir da compreensão da realidade do indivíduo cego é, então, deixado de lado e, mais uma vez, "fecha-se os olhos".
Longe de ser limitado por sua condição, o deficiente visual não deve ser visto como "uma pessoa digna de dó", "uma pessoa desafortunada", "alguém que precisa ser tutelado, assistido em todos os seus atos". Não obstante o fato de que tem necessidades especiais, o deficiente visual apresenta os mesmos sentimentos e aspirações daqueles considerados "videntes". Possui, portanto, potencial que precisa ser estimulado e trabalhado de modo a possibilitar sua integração ao mundo em que vive.
Fonte: Instituto Benjamin Constant.
COMO AS PESSOAS CEGAS USAM A INTERNET
Obviamente, as pessoas cegas não são capazes de enxergar as coisas da mesma maneira dos que não são cegos. Ainda mesmo que seja verdade que a maior parte das pessoas cegas têm algum grau de visão, para todos os efeitos, pode-se dizer que as pessoas cegas não usam seus olhos para acessar a web, porque o que eles têm de visão útil não é suficiente para este tipo da tarefa. Isto significa que um monitor de computador e mouse não seria algo muito útil para uma pessoa cega. Não que as pessoas cegas são incapazes de mover um mouse ou clicar; o fato é que eles não sabem para onde deslocar o mouse ou quando clicar, uma vez que não podem ver o que está na tela.
Então, basta ver o modo como as pessoas cegas usam a internet?
Importante
A chave para os princípios de Acessibilidade na Web para os usuários cegos são:
- Perceptível: porque eles não podem perceber (ver) as informações visuais tais como imagens, layout, ou informações baseadas em color-based.
- Operacionáveis: porque normalmente eles precisam de um teclado para operar (navegar) para que o conteúdo da web tenha funcionalidades, ao invéz de um mouse
- Compreensível: porque não podem ter acesso ou compreender o conteúdo que é apresentado em ordem lógica linear, ou que contenha textos alheios dispensáveis, palavra por palavra ou caracter por caracter (tais como longos endereços da Web), etc.
- Robusto: porque normalmente o tipo de ajuda técnica utilizada pelos cegos nem sempre são capazes de acessar um vasto leque de tecnologias, especialmente se essas tecnologias são novas
Leitores de Tela
Existem programas de software que convertem texto em voz sintetizada e as pessoas cegas são capazes de ouvir o conteúdo da web. Estes programas são geralmente chamados Leitores de tela, apesar de fazerem um pouco mais do que simplesmente ler a tela. Leitores de tela permitem aos usuários navegar pelo conteúdo da Web de muitas maneiras. O usuário pode simplesmente deixar que o leitor de tela leia tudo de cima para baixo, uma linha de cada vez, ou o usuário pode usar a Tecla TAB para navegar a partir de link para link. O usuário também pode navegar a partir de uma posição para a próxima (se o conteúdo da Web tem posições), a partir de uma moldura para a próxima (se houver frames), ou por outros métodos. Leitores de Tela comuns como o JAWS incluindo Window Eyes, e o Home Page Reader.
Leitores de tela também pode ser utilizado por aqueles que são surdos e cegos, mas em vez de transformar o texto em discurso, leitores de tela para surdos-cegos converter texto em Braille, em dispositivos que exibem caracteres em Braille com atualização de texto automática, tais como o exemplo mostrado aqui:

Dispositivos como este têm pequenos pinos que podem ser aumentados ou reduzidos para formar caracteres em Braille que os surdos-cegos pode sentir.
É impressionante pensar sobre o mundo de possibilidades que essas tecnologias abrem para as pessoas que são cegas. Foi deixado de lado o fato de pessoas cegas depender de outros para obter uma informação comum que outros consideram um direito adquirido, tais como jornais, revistas, declarações bancárias, transcrições escolares. No passado, quando os alunos cegos queria matricular-se em uma universidade eles tinham que contar com a ajuda de outros para conseguir isso para eles. Eles tiveram de fazê-lo com outras pessoas, e sacrificar alguns dos seus direitos individuais. Agora, com a ajuda de um leitor de telas, os alunos cegos são capazes de usar a Internet baseado em sistema de registo em muitas universidades. Esta nova capacidade lhes proporciona um maior grau de independência que anteriormente era impossível obter.
Evidentemente, para a captura de informação é necessário que todo o conteúdo seja acessíveis para pessoas cegas, assim como para as tecnologias que utilizam.
Limitações dos Leitores de Tela
Leitores de tela são equipamentos bastante robustos em suas capacidades, mas têm limitações. Eles não podem substituir totalmente uma experiência visual. Felizmente, existem formas de compensar as deficiências dos Leitores de Tela.
Imagens. Os Leitores de tela não podem descrever imagens. A única maneira que um leitor de tela tem para poder transmitir o significado de uma imagem é a leitura do texto do documento que serve como um substituto ou alternativo para a imagem. Se não houver um texto alternativo, etiqueta "alt" com o texto, então o leitor de tela não podem transmitir textualmente o significado de uma imagem.
Visual e layout. Além disso, leitores de tela não podem fazer o levantamento da totalidade de uma página da web como um usuário visual pode fazer. Um usuário visual pode olhar para uma página da web e logo perceber a forma como a página está organizada, para em seguida ir para o conteúdo mais importante. Um leitor de tela não é capaz de fazer isso. Ele lê de forma linear, uma palavra de cada vez. Não pode sempre saltar de maneira mais inteligente alheio aos conteúdos intermediário, tais como anúncios ou barras de navegação.
Tabelas de Dados. Do mesmo modo, devido aos Leitores de tela terem de realizar a leitura linearmente os dados de tabelas podem ficar bastante confuso. Imagine ao tentar ouvir o conteúdo de um grande quadro de dados com 14 colunas e 28 linhas. Até que o usuário tenha lido a linha 20 já terá tido tempo de esquecer o título da coluna 8. Pode ser difícil, se não impossível tentar interpretar essas informações.
Acessibilidade e o Teclado
É fato que os usuários de Leitores de Tela utilizam o teclado como meio principal para navegar na Web, e é um ponto em que os desenvolvedores precisam prestar atenção. Sem sequer perceber as consequências, alguns desenvolvedores de web site fazem seus programas de tal forma que ele só funciona se for acessado usando um mouse. Na maioria das vezes a inacessibilidade do teclado é resultado de eventos em JavaScript que dependem do clique ou do movimento do mouse. Por exemplo, qualquer caso desencadeado pelo evento "onmouseover" irá funcionar apenas quando o usuário mover o mouse sobre determinado objeto. Não há nenhuma maneira de acessar esse tipo de conteúdo usando apenas um teclado, sem fornecer qualquer outro método, quer em complemento, ou ao invés de um evento "onmouseover".
Em alguns casos, não há necessidade de fornecer uma alternativa, tal como quando o comando "onmouseover" desencadeia uma mudança cosmética para uma imagem (por exemplo, tornando a imagem com mais brilho ou alterar as cores). Alguém que seja cego provavelmente não vai se importar se a imagem mudou as cores. Esta informação é irrelevante. Fonte:www.brasilmedia.com/Cegueira.htm
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
COMO SE DIRIGIR E TRATAR O DEFICINETE VISUAL
Sempre pergunte antes de agir. Se você não souber em que e como ajudar, peça explicações de como fazê-lo;
Para guiar uma pessoa cega, ela deve segurar-lhe pelo braço, de preferência no cotovelo ou no ombro. Não a pegue pelo braço: além de perigoso, isso pode assustá-la. À medida que encontrar degraus, meios fios e outros obstáculos, vá orientando-a. Em lugares muito estreitos para duas pessoas caminharem lado a lado, ponha seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa lhe seguir;
Ao sair de uma sala, informe o(a) cego(a); é desagradável para qualquer pessoa falar para o vazio. Não evite palavras como "cego", "olhar" ou "ver", os(as) cegos(as) também as usam;
Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível. Não se esqueça de indicar os obstáculos que existem no caminho que ela vai seguir. Como algumas pessoas cegas não têm memória visual, não se esqueça de indicar as distâncias em metros (por exemplo: "uns vinte metros para a frente"). Mas se você não sabe corretamente como direcionar uma pessoa cega, diga algo como "eu gostaria de lhe ajudar, mas como é que devo descrever as coisas?", ele(a) lhe dirá;
Ao guiar um(a) cego(a) para uma cadeira, guie a sua mão para o encosto da cadeira, e informe se a cadeira tem braços ou não;
Num restaurante, é de boa educação que você leia o cardápio e os preços;
Uma pessoa cega é como você, só que não enxerga; trate-a com o mesmo respeito que você trata uma pessoa que enxerga;
Quando você tiver em contato social ou trabalhando com pessoas portadoras de deficiência visual, não pense que a cegueira possa vir a ser problema e, por isso, nunca as exclua de participar plenamente, nem procure minimizar tal participação. Deixe que decidam como participar. Proporcione à pessoa cega a chance de ter sucesso ou de falhar, tal como qualquer outra pessoa;
Quando são pessoas com visão subnormal (alguém com sérias dificuldades visuais), proceda com o mesmo respeito, perguntando-lhe se precisa de ajuda, quando notar que ela está em dificuldade.Fonte wikpedia
NOVAS NOTAS DE REAL E OS DEFICIENTES
Com isto, as notas atendem ainda a uma demanda dos deficientes visuais, já que poderão ser identificadas por seus tamanhos diferentes e terão marcas táteis em relevo aprimoradas em relação às já existentes.
A nova série de notas entrará em circulação gradualmente até 2012, mas as notas em circulação continuarão a valer até a substituição integral. As notas de R$ 50 e R$ 100 começam a circular já no primeiro semestre deste ano.
A Casa da Moeda modernizou seu parque fabril para poder produzir as novas cédulas. Com isso, de acordo com o Banco Central, o órgão tem tecnologia para imprimir hoje qualquer moeda existente no mundo, incluindo o dólar e o euro.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
HISTÓRIA de L.BRAILLE
em 1829, publicou o seu método .O sistema Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres se indicam por pontos em elevo, o deficiente visual distingue por meio do tato.A partir dos seis pontos salientes , é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples , e acentuadas, pontuações algarismos, sinais algébricos e notas musicais.
L Braille, morreu de tuberculose , em 1852, ano em que seu método foi oficialmente adotado na Europa e América do Norte.
Fonte, Instituto Benjamim Constant.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA VISUAL
Já a definição clínica afirma como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual menor que 0,1 com a melhor correção ou campo visual abaixo de 20 graus, como visão reduzida quem possui acuidade visual de 6-60 e 18-60( escala métrica) e ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não pode ser corrigida por tratamento clínico ou cirurgico nem com óculos convencionais.( fonte: wikpédia)
sábado, 20 de fevereiro de 2010
A INFORMÁTICA E O DEFICIENTE VISUAL
Você já imaginou como seria a sua vida sem tecnologia? Imagine-se sem os avanços tecnológicos que a humanidade conquistou nos últimos anos! Agora pra piorar, imagine-se sem a internet, sem a informação eficaz e imediata. Ter que esperar até o outro dia para ler as notícias no jornal ou então até o fim da noite e assistirmos no tele noticiário.
Tivemos recentemente a péssima experiência de um “apagão” na internet e a experiência foi a pior possível: falta de informação, negócios perdidos, procedimentos atrasados, enfim... caos total. Não dá! Precisamos da informação na hora, não podemos esperar. O mundo gira rápido demais e temos que caminhar no mesmo compasso para que não nos tornemos primatas. E é assim que os deficientes visuais sentiam-se até décadas atrás.
Tradicionalmente, a leitura e a escrita de pessoas cegas são feitas apenas pelo sistema Braille. Entretanto, pouquíssimos videntes sabem ler ou escrever em Braille, isolando os deficientes visuais num minúsculo círculo de informação, onde o cego escreve para o cego ler.
Se precisasse ler um texto à tinta seria necessário que alguém o lesse, ou então ouvir uma gravação de alguma fita cassete. Poderia escrever um texto em uma máquina de datilografia, mas corrigir os seus erros ou “ler” o que foi escrito é impossível. Tinha-se acesso a informação apenas o que lhes eram empurradas garganta abaixo, sem a possibilidade de comunicar-se com o conhecimento e pesquisar, sem poder ir além do seu saber.
A informática provoca então o rompimento dessas barreiras, possibilitando também o deficiente visual desenvolver tarefas simples e necessárias ao seu cotidiano, como escrever um recado, ler a bula de um remédio, jogar, entreter-se e informar-se.
Com o uso de um scanner ele pode ler um texto impresso convencionalmente. Através da internet ele tem acesso a documentos e livros que provavelmente nunca seriam transcritos para o Braille, ler jornais, revistas, enciclopédias, conhecer pessoas do mundo todo e também o mundo. Ele desenvolve-se e evolui junto com o mundo que o cerca.
Temos disponíveis hoje, softwares de acessibilidades para deficientes visuais que permitem que o mesmo possa desempenhar a maior parte das tarefas que pessoas videntes desenvolvem. Neste documento encontra-se os manuais do DOSVOX e do Braille Fácil. São dois programas nacionais que abre um importante espaço para a população brasileira deficiente visual, que tem um enorme potencial e precisa ser explorado, com as ferramentas e oportunidades que precisam ser-lhes oferecidas. Eles não resolverão todos os problemas, mas ajudarão a solucionar muitos deles como ter uma leitura e escrita compatível, acesso a informação através da internet, almejar oportunidades de trabalho, ter mais opções de lazer, enfim, desfrutar da vida o que ela a oferecer, usando os outros quatro sentidos que lhes restam. Só assim, o preconceito e a discriminação serão abolidos, a educação de qualidade estará garantida e a igualdade e inclusão não farão mais partes de discursos utópicos.
fonte:IRCT.Instituto Riopretense dos Cegos Trabalhadores.