DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES ESPECIAIS
UTILIZAÇÃO DO BRAILLE
Discutir o sistema que Louis Braille legou à humanidade é, no meu entender, a melhor forma de homenagear o seu autor, na medida em que o seu invento continua a demonstrar uma grande actualidade e uma indiscutível vitalidade. De facto, depois da sua adaptação ao texto literário das diversas línguas e aos diferentes alfabetos, à matemática, à música, à química e ao xadrez, este sistema de seis pontos e sessenta e três símbolos ou combinações possíveis, consegue ter nos nossos dias, uma palavra séria a dizer no campo das novas tecnologias, mais precisamente, no da informática.
O domínio do Braille é extremamente importante, por isso, os professores devem incentivar e ajudar os seus alunos ao estudo e aperfeiçoamento deste. Dado que é através dele que vão tomando contacto com a estrutura dos textos, a ortografia das palavras e a pontuação. Além de ser fundamental para o estudo da Matemática e Física Química.
Os deficientes visuais de uma maneira geral não são motivados para a prática do Braille nem o conhecem em todas as suas modalidades.
Incapazes de ler a um ritmo satisfatório, não tiram proveito dos livros e manuais que já hoje têm ao seu dispor.
A falta de aprendizagem e treino reflecte-se também na escrita que é deficiente quanto ao Braille, e desconcertante quanto à ortografia relativamente a expressão em domínios específicos como a grafia matemática, fonética, etc.
O domínio aprofundado do Braille é uma condição de êxito sobretudo se o aluno não puder estudar com caracteres ampliados.
Para a criança cega, aprender a usar o Braille é uma das chaves que abre as portas para a comunicação com o mundo dos que têm visão.
O BRAILLE E AS SUAS APLICAÇÕES
O braille potencia decisivamente as capacidades de comunicação do deficiente visual, permite-lhe obter informação capaz de lhe manter os interesses que já possui ou incrementá-los.
Sabendo ler e escrever Braille o sujeito pode construir um novo círculo de amizades que lhe proporcionará um espaço de vivência muito gratificante e que contribuirá para o seu equilíbrio emocional.
O facto de o aluno ter sucesso na aprendizagem do Braille, só por si, funciona como reforço da sua auto-imagem e autoconsciência.
Com o conhecimento do Braille o aluno pode reencontrar ou descobrir o prazer da leitura, o qual será uma razão para ele acreditar na sua realização, mesmo sem ele ver.
Perceberá também que o Braille promove a sua independência em muitas circunstâncias e isto dá-lhe ânimo ao mesmo tempo que lhe reduz receios.
Na área da dactilografia os conhecimentos de Braille são úteis porque permite ao aluno fazer na máquina a transcrição de textos em Braille podendo realizar um trabalho prolongado sem ter de recorrer à sua inspiração para construir um texto, e que lhe diminuiria a concentração sobre o trabalho. Recorrendo ao Braille pode ainda o aluno tomar apontamentos relativamente ao funcionamento da máquina, aos esquemas necessários, à elaboração de endereços e mapas, que poderá consultar sempre que necessite.
Na orientação e mobilidade os conhecimentos de Braille são úteis porque possibilitam ao aluno a consulta de mapas, plantas topográficas e roteiros, alimentando desse modo a informação sobre o meio circundante que contribuirá para facilitar a realização de trajectos.
Com o auxílio do Braille o aluno pode identificar e organizar uma colecção de discos, cassetes, disquetes e revistas em tinta.
Utilizando a escrita Braille pode ainda elaborar uma agenda de contactos pessoais e dos serviços públicos relevantes.
Quando se passa para a aritmética há igualmente instrumentos de uso específico e cujo manuseio não é muito fácil exigindo portanto um domínio táctil grande. É ao cubarítmo que me estou a referir. Este instrumento é um tabuleiro rectangular dividido em quadrados dentro dos quais é possível introduzir cubos correspondentes aos algarismos que se pretendem escrever.
O Braille promove o desenvolvimento pessoal do deficiente visual que o aprende, porque o torna mais autónomo, diminui-lhe o isolamento social, enriquece-o culturalmente, permite-lhe a expressão de sentimentos e ideias. Permite também ao cego combater o isolamento social e a estagnação cultural.
Nos nossos dias com a vulgarização da informática o acesso dos deficientes visuais à informação escrita conheceu novas possibilidades. Uma vez introduzido o texto no computador o deficiente visual tem ao seu alcance toda a informação não gráfica disponível no ecrã, podendo fazer a sua leitura através da linha de braille, desde que domine o sistema Braille.
Conhecendo o Braille a criança deficiente visual com o braille.n print é possível escrever um texto e torná-lo imediatamente acessível a pessoas que não conhecem o Braille.
Esta potencialidade é extremamente útil para quem na sua actividade necessita de transformar em caracteres impressos em tinta os seus textos em Braille.
fonte:www.lerpraver acesso em 19/03/2010
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