sexta-feira, 5 de março de 2010

PESSOAS COM CEGUEIRA TOTAL CONSEGUEM VER COM SISTEMA DE IMPLANTE DE ELETRODOS

OITO PESSOAS CEGAS TOTAIS, CONSEGUEM VOLTAR A VER COM AJUDA DE INPLANTE DE ELETRODOS.

O
Dr. William H. Dobelle comunicou hoje que oito novos pacientes se submeteram ao implante de uma série de eletrodos de platina nas áreas do córtice visual em ambos lados do cérebro e conseguiram uma acuidade visual estimada em cinco vezes o nível de um paciente que foi avaliado dois anos atrás com o primeiro sistema móvel de visão artificial. Com a segunda geração do sistema, os pacientes têm um campo de visão muito mais amplo, podem detectar e seguir movimentação de uma maneira muito melhor do que o sistema original possibilitava, e, mais importante ainda, podem distinguir as bordas de objetos livre das obstruções de fundo. "Esta segunda geração do nosso dispositivo oferece um grau de visão funcional que pode possibilitar a mobilidade independente para uma pessoa cega numa ampla extensão de atividades práticas", disse o Dr. Dobelle.

Na primeira geração do sistema, os eletrodos eram implantados apenas no hemisfério direito do cérebro. O Dr. Dobelle relatou sobre a segunda geração do sistema na quadragésima oitava reunião anual da Sociedade Americana Para Órgãos Internos (The American Society For Artificial Internal Organs - ASAIO). No Sistema de Visão Artificial Dobelle, que reflete mais de trinta anos de trabalho de desenvolvimento, uma câmera de televisão em miniatura, montada na lente dos óculos de sol do paciente, envia imagens para um microcomputador usado num cinto ao redor da cintura. O microcomputador processa os dados e envia sinais para um estimulador e então para os eletrodos ao cérebro através de cabos percutâneos que conectam o sistema. "Com esta nova geração do sistema, os pacientes podem ver aproximadamente cinco fosfenos (minúsculas rajadas de luz) a mais do que era conseguido com o primeiro sistema", disse o Dr. Dobelle. "Seu campo de visão foi expandido de um túnel estreito (8 X 2 polegadas) no primeiro sistema, para 22 X 14 polegadas na geração nova do sistema. Eles podem ver e acompanhar movimentação com uma acuidade muito maior e o sistema oferece a "detecção das bordas", tornando possível distinguir, por exemplo, um homem com roupas em cor opaca em pé contra um fundo de cor clara. Como resultado, dois dos pacientes já puderam dirigir um veículo, manobrando ao redor de objetos num estacionamento privado. Paralelamente, quatro dos pacientes já puderam ver fosfenos coloridos".
Todos os pacientes perderam a visão devido a trauma e nenhum deles era candidato à implantes de retina. O Dr. Dobelle estimou que provavelmente menos de cinco por cento das pessoas cegas são candidatas à implantes de retina, porém que virtualmente todas as pessoas cegas podem ser candidatas a um sistema de visão artificial que depende da estimulação do córtice visual. Os pacientes estavam cegos por períodos variando entre dois e 57 anos por ocasião da cirurgia, com idades variando entre 27 e 77 anos de idade. Um paciente, cego desde o nascimento em um olho, perdeu a visão no outro olho com 45 anos de idade. Um segundo paciente - com setenta e sete anos por ocasião da cirurgia - perdeu a visão em ambos olhos num ataque morteiro durante a II Guerra Mundial. Ambos pacientes viram "fosfenos normais". De acordo com o Dr. Dobelle, estes casos sugerem que a idade do paciente ou o período de cegueira não representam contra-indicação para a cirurgia.
Todos os implantes cirúrgicos foram efetuados no CUF Hospital em Lisboa, Portugal pelo Dr. João Lobo Antunes, MD, que é chairman do Departamento de Neurocirurgia na Universidade de Lisboa, juntamente com o Dr. John T. Girvin, MD, que é dirigente de neurocirurgia no King Faisal Specialist Hospital em Jeddah, Arábia Saudita. Ambos, o Dr. Antunes e o Dr. Girvin, têm trabalhado no projeto com o Dr. Dobelle por mais de 25 anos.

fonte:PR Newswire

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